Olhe a sua volta, veja o que há no ar,
A cidade é uma tela que ninguém viu pintar.
Lá longe, o sol se despede, tímido,
Mas a luz reflete nos vidros, nos sorrisos,
Em cada gesto que se perde e se encontra.
Olhe a sua volta, cada rua tem um segredo,
Os passos na calçada são ecos de histórias,
Tão antigas quanto a pedra que sustenta o chão,
Tão novas quanto o suspiro que sai sem querer,
E o vento, esse viajante, carrega memórias.
Olhe a sua volta, o céu é um filme inacabado,
Onde as nuvens escrevem roteiros de improvável,
E os pássaros, com suas asas de liberdade,
São os figurantes, sempre em movimento,
Tentando entender o que é essa vida de cena.
Olhe a sua volta, e perceba o detalhe perdido,
Aqueles olhares que se cruzam sem se tocar,
A cidade pulsa, mas há silêncio no ar,
Cada esquina é um quadro, cada rosto uma história,
Cada alma, uma narrativa que ainda espera.
Olhe a sua volta, a noite já começa a descer,
Mas a luz, mesmo suave, se recusa a se apagar,
E em cada espaço, em cada sombra, há um “por quê”.
Porque tudo ao redor é um convite ao agora,
E talvez, o maior mistério seja apenas perceber.